Quando se pensa na presença do cangaço na literatura brasileira, imagina-se que tal presença se esgota na prosa de ficção e na poesia popular nordestina, a literatura de cordel. Poucos se dão conta, porém, de que o cangaço também tem deixado a sua marca em nossa poesia erudita.
A princípio, essa marca se impõe devido ao interesse de natureza testemunhal que o cangaço desperta nos poetas que lhe são contemporâneos; depois, com o passar dos anos, de modo semelhante ao ocorrido com o nosso romance, tal interesse começa a se transmudar em fascínio que ainda hoje se faz notar em poetas da novíssima geração.
O livro O cangaço na poesia brasileira, publicado pela Escrituras Editora, pretende dar uma medida daquilo que os poetas eruditos brasileiros têm produzido a partir do tema em questão. Com seleção e prefácio de Carlos Newton Júnior, a obra conta com poemas de Aleixo Leite Filho, Alexei Bueno, Ariano Suassuna, Ascenso Ferreira, Astier Basílio, Audálio Tavares, Braulio Tavares, Carlos Newton Júnior, Carlos Pena Filho, César Leal, Dorian Gray Caldas, Francisco Carvalho, Homero Homem, Jáder de Carvalho, Janice Japiassu, Jayme Griz, João Cabral de Melo Neto, Jorge de Lima, José Nêumanne Pinto, Luciano Maia, Luiz Carlos Monteiro, Márcio de Lima Dantas, Marcos Tavares, Marcus Accioly, Maria José de Carvalho, Maximiano Campos, Murilo Mendes, Myrian Fraga, Nertan Macêdo, Newton Navarro, Paulo Bandeira da Cruz, Sânzio de Azevedo, Sérgio de Castro Pinto, Virgílio Maia e Walmir Ayala.
Os mais antigos poemas desta antologia remontam a 1927 — quando o mais famoso cangaceiro, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, se encontrava no auge de seu poder —, estendendo-se até os autores contemporâneos.
“O cangaço é a expressão contínua de irredentismo que falta agregar à historiografia brasileira dos cinco séculos de colonização (...)
Pé ante pé, somente agora as letras científicas estão chegando à compreensão pungente que Carlos Newton Júnior nos mostra ter sido desfraldada desde ontem pelos alados da poesia.”
Frederico Pernambucano de Mello
Seleção e prefácio de:
Carlos Newton de Souza Lima Júnior nasceu no Recife (PE), em 7 de setembro de 1966. É professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), poeta e ensaísta. No campo da poesia, publicou O homem só e outros poemas (1993), Canudos: poema dos quinhentos (1999), Nóstos (2002), Poeta em Londres (2005) e De mãos dadas aos caboclos (2008). Organizou e prefaciou, entre outros livros, a poesia reunida de Ariano Suassuna, para a Editora Universidade da UFPE (Poemas, 1999), os ensaios do mesmo autor, para a editora José Olympio (Almanaque Armorial, 2008), e o álbum iconográfico Portal da Memória (2005), publicado pelo Senado Federal por ocasião do cinquentenário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), instituição na qual lecionou durante dezessete anos.
Parabéns ao Carlos Newton Jr. pela empreitada e parabéns à Escrituras por ter publicado esta antologia de grande valor.
ResponderExcluirLa literatura Brasileira es demasido buena yo considero que los escritores de poemas más buenos están en Brasil, esa es la razón por la cual yo quiero ir a Brasil para conocer algunos de éstos tremendos escritores.
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